Eugenia farneyi / nesperinha-da-restinga

Fruto oblado a elipsoide, grande (4-5 cm de diâmetro), de superfície velutina (aveludada), com casca fina amarelo-alaranjada, encerrando polpa de mesma cor, agridoce com poucas fibras e alguma granulosidade, lembrando em aspecto e sabor a nêspera-japonesa ou ameixa-amarela (Eriobotrya japonica). A semente (única por fruto) é solta dentro da polpa (ver fotos). Na extremidade, apresenta 4 sépalos grandes, de ápice atenuado.  Pertence ao subgênero Pseudeugenia, que contém aproximadamente 25 espécies com frutos grandes e saborosos, de casca fina aveludada, a maioria nativa do Brasil (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica).

A planta é uma pequena árvore de 4-6 m, com tronco liso, avermelhado, esfoliante. As folhas são relativamente pequenas (3-4,5 x 1-2 cm), coriáceas, glabras (sem pelos) na face superior e esparsamente velutinas na inferior. Na descrição original, os autores comparam a espécie a Eugenia malacantha (= E. leitonii dos cultivadores).


Usos: Os frutos são consumidos ao natural, podendo ser transformados em geleia, sorvete ou suco. A planta tem atributos ornamentais que a qualificam para cultivo em pequenos jardins e vasos.


Cultivo: Espécie rústica, de ótima resistência a ventos e geadas leves. Pode ser cultivada a pleno sol, ou meia sombra com bastante iluminação. Solos bem drenados, ricos em matéria orgânica.


Origem: Endêmica do Rio de Janeiro, na Floresta Atlântica semidecídua, no centro de diversidade vegetal de Cabo Frio. Muito rara na natureza, sua descoberta é muito recente (2015).


Família: Myrtaceae


Observações: Homenageia o botânico Cyl Farney, pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o primeiro a coletar a espécie e de grande relevância para o levantamento florístico da Região dos Lagos (RJ).