Eugenia aff. burkartiana / estrela-da-mata

Frutos oblados (achatados) de 2-3 cm diâmetro, com superfície irregular e casca  vermelho-escura a quase negra na maturação. Polpa avermelhada muito suculenta, rica em antocianinas, característica facilmente perceptível pela intensa pigmentação. Contém sementes relativamente pequenas, de formato reniforme. O sabor é agridoce, muito agradável, lembrando o da cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) e, mais sutilmente, o da pitanga comum (Eugenia uniflora).

Na floresta, trata-se de uma árvore de porte maior, atingindo 6-10 m altura. Em cultivo apresenta crescimento bem mais contido, geralmente de 2-5 m, o que a torna adaptada a espaços reduzidos e até a vasos. O tronco possui casca cinzenta, que se desprende em placas menores do que as observadas na grumixama (Eugenia brasiliensis). As folhas são verde-escuras e discolores, com a face superior mais intensa do que a inferior. A floração ocorre em racemos (cachos), conferindo aspecto delicado. Além do interesse frutífero, a espécie se destaca como árvore de bom valor ornamental.


Usos: Os frutos podem ser consumidos ao natural, valorizados pelo sabor agradável e pelo alto teor de vitaminas e antocianinas. Também se prestam ao preparo de iogurtes, vitaminas com leite, geleias e sucos, além de poderem ser adicionados à aguardente na elaboração de bebidas artesanais, como a caipirinha. A árvore, por sua vez, possui  valor ornamental, podendo ser cultivada em vasos, varandas e pequenos jardins, o que amplia seu potencial de uso tanto gastronômico quanto paisagístico.


Cultivo: Pode ser cultivada de meia-sombra a sol pleno, preferindo solos férteis, ricos em matéria orgânica e bem drenados. Embora aprecie boa umidade ambiental, mostra-se tolerante a períodos de clima mais seco. Adapta-se tanto a regiões tropicais quanto subtropicais e, por semelhança a outras espécies do gênero, apresenta tendência à frutificação precoce, produzindo em poucos anos após o plantio.


Origem: Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, conhecida apenas nas florestas submontanas e ombrófilas densas do entorno da baía de Guanabara, onde ocorre entre 50 e 400 metros de altitude.


Família: Myrtaceae


Observações: Inicialmente identificada como Eugenia burkartiana, pela semelhança dos frutos e das sementes reniformes, a espécie se revelou distinta durante observações na mata, após a coleta dos ramos: na estrela-da-mata, frutos e flores surgem em racemos (cachos), e não diretamente aderidos aos ramos (sésseis), como em E. burkartiana.